Coisa de pirata
- F. Pacini
- 5 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
O mercado sofre com a falsificação de marcas desde sempre e isso não é novidade. Em alguns negócios como o do design de moda, tem gente que diz que isso é um fato muito positivo para estimular o desenvolvimento de novos designs e acelerar o ciclo de inovação, afinal só se copia o que é bom. A Ralph Lauren que o diga, que esta há mais de 45 anos se reinventando para se manter desejada e diferenciada.
Por outro lado, em mercados em que o ciclo de inovação é um pouco mais lento, como o de insumos e matérias-primas, a falsificação, ou mesmo 'apropriação indevida' de marcas é altamente prejudicial não só para as marcas em si, que mantém investimentos em desenvolvimento, produção, fornecimento, vendas e marketing durante todo o ciclo de vida do produto, como principalmente para o consumidor que entende que está adquirindo um produto de qualidade, quando não está.
As marcas de ingrediente, como os processadores Intel®, no segmento de vestuário e moda Supplex®, Lycra® e GoreTex®, utensílios de cozinha Teflon®, os adoçantes Nutrasweet®, ou componentes de bicicleta Shimano® através de um esforço de marketing em toda a cadeia de valor, acabam se tornando o padrão na categoria pelo seu sucesso e por consequência também são grandes alvos de falsificação ou apropriação. Só a falsificação de Supplex® tem representado perdas de cinco milhões de reais por ano, em média. Por isso, a marca deu início a um esforço para educação do mercado a fim de que a consumidora saiba identificar o produto no momento da compra, pela presença da etiqueta na peça.

Já do ponto-de-vista do varejo, e principalmente os marketplaces de hoje, a falsificação é evidente e se escancara aos olhos do consumidor. Imagine uma loja em que tudo é falsificado! As perdas de reputação e imagem do lojista que é visto como um varejista de segunda linha, resultam em tanta perda de valor que até o AliBaba já está tentando fazer algo a respeito, se associando à International AntiCounterfeiting Coalition e contratando o investigador Matthew Bassiur (antes responsável na Apple por crimes cibernéticos e falsificação), para combater a pirataria e também educar e informar sobre os esforços do AliBaba que incluem identificar e banir vendedores de produtos falsificados, encaminhando para a lei. Segundo ele, “Todo e-commerce no mundo terá problemas relacionados à falsificação de produtos. A questão é o quão focado estará em resolver o problema.” Uma iniciativa louvável, necessária e que mostra a nobre intenção de proteger a sua marca. Se o varejo se engaja neste movimento ajuda as marcas, o consumidor e toda uma cadeia de VALOR. Vamos ver no que vai dar.














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